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O Mito da Superpopulação

13/10/2016

1 Comentário

 
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“É muito conveniente viver em um local repleto de pessoas simplesmente porque cada uma dessas pessoas tem o potencial de ofertar vários bens e serviços para você. Quanto mais pessoas à sua volta, maior a oferta de pessoas dispostas a fazer coisas como lavar e passar suas roupas, consertar seus sapatos, consertar seu carro, cozinhar suas refeições, oferecer variadas opções de entretenimento, curar uma eventual doença, e, talvez ainda mais importante, oferecer a você um emprego que remunera bem. 

Tente viver isolado do mundo, no meio do mato, e você descobrirá quão ‘simples’ é se alimentar, subsistir e sobreviver a problemas de saúde. A divisão do trabalho significa que, quanto mais pessoas houver por perto, mais fácil será satisfazermos nossos desejos e necessidades.  Igualmente, maior será a nossa comodidade para resolvermos certos problemas. Daí as cidades superpovoadas” (Logan Albright).

Se colocássemos toda a população mundial no Estado norte-americano do Texas, a densidade demográfica seria mais ou menos de 26.000 habitantes por milha quadrada. É uma densidade mais ou menos parecida com a da cidade de Nova York, e muito menor do que cidades como Nova Deli, Índia (cerca de 75.000 mi²) ou Manila, Filipinas (cerca de 110.000 hab./mi²).

​
​É evidente que tal argumento por si só não é suficiente para desmantelar o mito da superpopulação. Isto porque os ambientalistas argumentarão que o problema não é a falta de espaço físico, mas a falta de recursos para sustentar tantas pessoas. Pois bem, essa concepção pressupõe que o homem é apenas um consumidor de recursos, e não um produtor. Os ambientalistas mais radicais ainda afirmam que o ser humano não passa de um parasita terrestre, que visa destruir e acabar com a natureza em todo o lugar que passa. 

Mas acontece que o ser humano, há alguns milhares de anos, deixou de ser um mero consumidor dos recursos da natureza para ser um produtor. No paleolítico, o ser humano viveu durante quase todo aquele período como um nômade caçador e coletor, ou seja, ele não produzia nada, apenas extraia os recursos necessários para a sua sobrevivência em uma determinada região e partia para outra. De fato, nessa época a superpopulação realmente era um problema. Quanto mais populoso fosse um clã ou uma tribo, mais rapidamente se esgotavam os recursos. Portanto, era necessária uma região maior para satisfazer as necessidades de todos. 

Mas o espaço físico não era infinito. Havia risco de a área de influência de uma tribo se chocar com a área de outra tribo. E, então, poderia acontecer uma guerra. Ou mesmo dessa área simplesmente não ser suficiente para sustentar a todos. O ser humano, percebendo que tal modo de organização social era obviamente precário e um empecilho para o progresso da espécie, passou a juntar as suas próprias forças e combinar as habilidades que lhes são inatas com o potencial da natureza, a fim de produzir aquilo que é necessário para a subsistência e expansão da espécie. 

Após o advento da agricultura, e com o surgimento da família, das comunidades, e da propriedade privada, a raça humana atingiu o estágio da divisão do trabalho. A divisão do trabalho só foi possível pelo considerável aumento da população; cada ser humano se especializou naquilo em que suas potencialidades eram mais eficazmente investidas. Com isso, veio o aumento da produção. E com o aumento da produção, veio o aumento do consumo e o consequente aumento da qualidade de vida. 

Durante toda a história da humanidade surgiram diversos profetas do apocalipse. No século III, quando a humanidade não excedia 250 milhões de habitantes, o sacerdote cartaginês, Tertuliano, acreditava que a natureza em breve não conseguiria mais prover a nossa subsistência normal; ainda sugeriu como remédio guerras e pestes. Mas o principal profeta de todos foi o “economista” Thomas Malthus. Ao afirmar, no fim do século XVIII, que a humanidade cresceria de uma forma desordenada, Malthus concluiu que a superpopulação era um perigo terrível. Acontece que o nosso profeta se esqueceu de que o mundo estava iniciando uma revolução industrial. Desde então, a população só aumentou e a qualidade de vida aumentou em uma proporção maior ainda. Suas teorias apocalípticas foram desmentidas pela realidade, embora atualmente ainda existam muitos ignorantes que acreditam em tais falácias de “superpopulação". Não satisfeito com o resultado, Paul Ehrlich, em 1968, no seu livro “The Population Bomb”, afirmou que até o ano 2000 as ilhas britânicas seriam habitadas por milhões de famintos desesperados. A realidade, novamente, provou o contrário. 

A humanidade, durante toda a história, sempre conviveu com a escassez de recursos. No entanto, ao contrário das previsões apocalípticas de muitos, o ser humano conseguiu superar esses obstáculos e erigir uma civilização industrial. 

O fato é que nós não estamos “acabando com os recursos”. O que a humanidade faz é aprender a utilizar os recursos de uma maneira mais eficiente. Não é a toa que tem chovido investimentos privados em projetos tal como a dessalinização da água do mar, ou do fraturamento hidráulico. À medida que o sistema de preços identifica que há uma relativa escassez de um produto muito demandado no mercado, empresários investem naquele ramo para descobrir novas formas de expandir o suprimento daquele produto ou achar alguma fonte alternativa que substitua a anterior. É por isso que, se quisermos realmente preservar os nossos recursos, o capitalismo e a liberdade econômica são tão essenciais. 

Igualmente é por isso que nós precisamos de mais pessoas. Pessoas para produzir. Pessoas para pensar e descobrir soluções para os problemas da humanidade. Pessoas para investir em novas tecnologias e aumentar o nosso padrão de vida. Infelizmente, o crescimento populacional tem desacelerado a cada ano, o que é uma lástima.
​


Por: Rafael Madalozzo - É estudante de direito na PUCRS. Paleoconservador, segue a tradição britânica do liberalismo clássico. Tem como principais influências Ludwig Von Mises e Edmund Burke.
1 Comentário
Rafael Mathias de Souza
2/11/2017 14:55:19

Parabéns Rafael pelo texto; estou desenvolvendo o meu TCC na área de Direito Constitucional sobre o aborto; e o seu raciocínio, que é muito semelhante com o meu, será de grande ajuda para a conclusão do meu trabalho. As mais poderosas organizações do mundo acreditam que a redução populacional é a solução para uma vida mais equilibrada. Mas sabemos que esta é uma ideia falaciosa.
Abraço!

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